Faltava muito pouco, estávamos muito próximos, mas não era possível ainda comemorar ou deixar a ansiedade de lado. O fim de semana custou a passar. Eu estava fora da cidade no domingo de manhã quando as primeiras notícias sobre o cerco da PM ao estádio começaram a aparecer, e isso só piorou o nervosismo. Com horas de antecedência desci pro estádio para curtir o clima pré-jogo - ao menos o pouco que nos foi permitido.
Já dentro, o clima de festa não podia ser disfarçado. Parecia mera questão de tempo, e o gol que o rival direto levou no outro jogo animou ainda mais as coisas. O Palmeiras fez uma partida calma, competente, e o adversário não veio com sua força máxima. Tudo conspirava a favor, quando após jogada ensaiada Fabiano fez o (belo) gol único da partida, na metade do primeiro tempo. Aí sim, não dava mais para achar que algo daria errado.
A torcida segurou o grito de campeão até os 35 do segundo tempo. A torcida, claramente emocionada, cantava sem parar. Cuca ainda deu o "golpe de misericórdia", colocando Fernando Prass no lugar de Jaílson a poucos minutos do fim, o que se tornou uma bela homenagem para ambos. Quando o jogo do Maracanã acabou o locutor do Palestra tentou ainda com a bola rolando anunciar o título alviverde, mas mal pudemos ouvir. O barulho feito pela torcida (que quebrou o recorde de público do estádio) era ensurdecedor.
Título merecido e incontestável. Oscilamos, mas mantivemos a pegada e contamos com muitas variações táticas para vencer adversários diretos, clássicos e superar desfalques. Foi uma campanha sensacional - e nervosa, claro - que chegou ontem ao fim da melhor forma possível. Maurício Galliote, novo presidente do Palmeiras, veio à Gol Norte agradecer e reverenciar a torcida. Os jogadores se reuniram no meio do campo para as fotos e para erguer a taça, e então deram a volta olímpica. Prass carregou Jesus nos ombros, e a festa se encerrou com uma fantástica queima de fogos.
Palmeiras: Eneacampeão brasileiro!