Estádio Palestra Italia / Allianz Parque - Campeonato Paulista
A campanha do Palmeiras vinha sendo exemplar: defesa sólida, ataque agressivo (embora não tão eficiente) e variações táticas marcaram a rota até a final, garantindo a primeira colocação geral na classificação e invencibilidade até então. O primeiro jogo da final, no entanto, foi totalmente atípico: atuações individuais em nível um pouco abaixo do apresentado até então, aliadas a um erro grosseiro da arbitragem nos acréscimos do primeiro tempo minaram o psicológico do time, e acabamos com um placar final adverso que, pelo número, dava a impressão de pleno domínio e taça garantida pelo inimigo.
Mas ainda havia o jogo em casa. O palco montado para um show dali dois dias fez com que a carga de ingressos fosse reduzida em 12 mil (setores Gol Norte e Superior Norte fechados), mas uma manobra genial posterior fez com que os setores fossem abertos de graça para sócios Avanti para que pudessem acompanhar o jogo pelo telão, mas de dentro do estádio. Os ingressos esgotaram em segundos.
Muita desconfiança e muita soberba do inimigo (e de seus assessores de imprensa extra-oficiais em todos os veículos esportivos) marcaram o clima pro jogo. Turiassu e Palestra lotados mostraram que mesmo no pessimismo e na adversidade o Palmeiras sempre estará acompanhado e será incentivado. Fui de Superior Sul.
Logo de cara houve um lance idêntico ao que houve no primeiro jogo, desta vez (corretamente) não marcado a nosso favor. O juiz não se deixou levar pelo VAR, e embora tenha parecido "injusto" por falta de critério foi melhor assim. Não foi pênalti quarta (marcado), não foi pênalti hoje (não marcado) - e segue o jogo. E só deu Palmeiras! Um bombardeio, pleno controle dos espaços e ações, foco, velocidade e... gol! O primeiro de escanteio ensaiado, que contou com a inteligência de Danilo: ele saiu do impedimento na hora do cruzamento e mandou um balaço de cabeça pra fazer o primeiro. E minutos depois em nova jogada pela direita Veiga cruzou para rebatida da defesa, mas Zé Rafael pegou a sobra e bateu cruzado, colocando a bola no único lugar por onde ela poderia passar. Ela bateu na trave e morreu dentro do gol do outro lado.
(O segundo gol me deu uma falta de ar e eu contei com a ajuda do pessoal pra ir ao ambulatório pra tomar uma água e respirar um pouco. Cabe o elogio ao atendimento. Tudo certo, voltei novo pro segundo tempo).
E logo no primeiro lance um belíssimo contra-ataque pela direita: Dudu deu de calcanhar pra Veiga, que devolveu em profundidade. Dudu rabiscou, fez o que quis com o marcador, e serviu Veiga na pequena área que arrancou em velocidade e, de carrinho, se antecipou ao goleiro pra empurrar pras redes. Uma pintura!
Exceto por um lance do inimigo em que uma forte finalização cruzada passou à esquerda de Weverton, o Palmeiras continuava mandando na partida e sob fortíssimo incentivo da torcida buscava o quarto gol que sacramentaria o título. E ele veio: mesmo após 80 minutos de jogo pressionávamos a saída de bola, e Zé Rafael conseguiu roubar e tocar pra Verón que, esperto, girou e deu a assistência pra Veiga. Na cara do gol, Veiga teve calma pra dominar e deslocar o goleiro, fechando o placar.
Foi um atropelo, mas sem afobação ou histeria. O Palmeiras construiu o placar naturalmente, que apenas refletiu a superioridade massacrante que vimos dentro de campo. Resultado histórico, saímos de uma derrota de 0x3 para um desmoralizante 5x3. Como já falei inúmeras vezes este é campeonato menos interessante de todos, mas é o que havia em disputa... e levamos, e "daquele jeito", e sobre logo quem. É CAMPEÃO!
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